Alexandria: uma das grandes metrópoles da antiguidade

Nomeado em árabe al-Iskandarīyah, localizada no imenso delta do rio Nilo, estrategicamente localizada em uma colina que separa o lago Mareotis do mar Mediterrâneo, desempenhando uma importante função como o principal porto do Egito, dividida entre o ocidente e o oriente, local dos casos de amor de Marco Antonio e Cleópatra, berço de uma biblioteca inesquecível, não poderia ser outra senão a mítica Alexandria.

Foi fundada pelos grandes macedônios, o cavaleiro de Bucephalus, o discípulo de Aristóteles, o incomparável Alexandre III, o Grande, e se tornou a cidade portuária mais importante do mundo antigo. O porto foi construído com um imponente quebra-mar de grandes blocos de pedra. Media mais de um quilômetro e meio e era conhecida como Heptastádio, justamente porque seu comprimento era o de sete estádios, e chegava à famosa ilha Faros, onde também se erguia o famoso farol conhecido como uma das sete maravilhas do mundo.

Fundação da cidade

Em 332 a.C. O Egito estava sob o domínio persa e nesse mesmo ano, Alexandre, o Grande, entrou no Egito triunfantemente como vencedor do rei persa Dario III e os egípcios o aceitaram e o saudaram como libertador. No ano seguinte, em 331 a.C., ele fundou a cidade que levaria seu nome em um lugar no delta do Nilo, acima de uma cidade chamada Racotis. O local ficava em frente a uma ilha chamada Faros, que com o tempo e as muitas melhorias que seriam feitas seriam ligadas por um longo dique à cidade de Alexandre. O arquiteto que realizou esse trabalho foi chamado Dinócrates de Rodas. A construção da barragem formou dois portos, de ambos os lados que continuam sendo usados até hoje.

O arquiteto Dinócrates também cuidou do layout da cidade e a fez de acordo com um plano hipodâmico, um sistema usado desde o século V d.C.: uma grande praça, uma rua principal com trinta metros de largura e seis quilômetros de comprimento que atravessava a cidade, com ruas paralelas e perpendiculares cruzando sempre um ângulo reto. Foram construídos bairros e administrativamente se dividiu em cinco zonas aonde cada uma levava como nome as cinco primeiras letras do alfabeto grego.

Qual era o sonho de Alexandre?

Alexandria ad Aegyptum, a cidade mítica, fonte de inspiração para tantos autores antigos e modernos, a primeira grande metrópole do Mediterrâneo Oriental, foi fundada em 331 a.C. por Alexandre, o grande monarca macedônio que espalhou o mundo grego com suas conquistas, do mar Egeu ao Índico, da Ásia Central ao Sudão e que havia ocupado o Egito expulsando os invasores persas. O enclave que Alejandro escolhe para a cidade que leva seu nome é uma faixa de terra ligeiramente inóspita localizada entre o mar e o lago Mareotis, de frente para a ilha de Faros e ao lado da foz oriental do Nilo, o Canopia, sobre uma vila indígena chamada Racotis.

A lenda, conta Plutarco, atribui sua fundação neste local a uma visão que Alexandre teve em um sonho, mas sua localização certamente se deve a razões estratégicas, uma vez que sua geografia especial favorece a construção de instalações portuárias, de onde pode se dominar o comércio entre o Mediterrâneo oriental e ocidental, em seu projeto de transformar esse mar em um mar grego.

Farol de Alexandria: uma de suas estruturas mais emblemáticas da região

O Farol é considerado uma das estruturas mais altas que o homem poderia construir antes de nossa era e calcula-se que poderia ter mais de 130 metros de altura. Sua construção foi encomendada por Ptolomeu I, sucessor de Alexandre, o Grande, logo após sua chegada ao trono em 305 a.C. O Farol de Alexandria, uma das 7 maravilhas do mundo antigo, estava localizado na ilha de onde leva seu nome e surpreendeu seus contemporâneos não apenas pela beleza de sua execução, mas também por sua altura.

Lembremos que Alexandre, o Grande, havia fundado a cidade de Alexandria, no delta do Nilo, próximo à ilha de Faro, que foi unida à cidade através de uma massa de terra que recebeu o nome de Heptastadion. Nesse ponto, foi inaugurado o grande porto da cidade, o que tornaria Alexandria um dos mais importantes centros comerciais da antiguidade.

Alexandria nos tempos de hoje

A velha Alexandria está se revelando lentamente e a cidade moderna tenta recuperar o destaque cultural e o espírito integrador que caracterizou a antiga, com a fundação de uma nova Biblioteca Alexandrina, que foi inaugurada em outubro de 2002, com a colaboração da UNESCO, e com o objetivo de ser um centro de referência cultural que combina o estudo do passado e as possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias. Na era da Internet e da globalização, a nova Biblioteca de Alexandria deve buscar sua razão de ser, facilitando o acesso democrático aos recursos de informação e promovendo o desenvolvimento cultural da sociedade egípcia.